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Luc Da Silveira é filmmaker pela Hollywood Film Academy (2019) e estudante de Cinema e Audiovisual pela UNESPAR. Seu filme Um Homem Com Um Celular, que é uma colorida explosão caótica, irreverente e criativa, está entre os filmes selecionados para o Experimental Brasil.

 

1- Tudo bem? Poderia se apresentar aos nossos leitores e contar um pouco sobre quem é você, de onde é e o que faz?


Oi pessoal, tudo sim e com vocês? Me chamo Luc e sou um estudante de Cinema e Audiovisual na UNESPAR, sou curitibano e tenho 23 anos.

Atualmente, trabalho com mídias sociais, criação de conteúdo e estratégias de marketing, o que impactou completamente na minha produção cinematográfica. Hoje, pesquiso esse cinema em que a matéria fílmica e as redes sociais se tornam indissociáveis.

2- Seu filme Um homem com um celular foi selecionado para entrar no nosso festival. Poderia falar um pouco sobre ele?

O filme é uma homenagem à obra de Dziga Vertov, Um homem com uma câmera (1929). Não apenas um dos maiores filmes já feitos, revolucionando pra sempre a montagem no audiovisual, a obra teórica de Vertov e seus filmes continuam mais atuais do que nunca.

Partindo dessa paixão, decidi criar um filme que fosse uma releitura do clássico soviético, mas completamente conectado com a nossa produção cinematográfica contemporânea. Pensando em um cinema feito de baixíssimo orçamento, decidi incorporar as linguagens de redes sociais e fazer essa releitura completamente no celular: desde a trilha sonora até a edição, de modo a explorar diferentes experimentações com a linguagem cinematográfica.

3- Como funciona o seu processo criativo?


Caótico. Geralmente eu tenho uma ideia, e gosto de vivê-la - passar dias e dias pensando na ideia e em suas possibilidades. Depois, traçar objetivos, para, em sequência, iniciar uma pesquisa em texto, vídeo, música e filme, que serão bases teóricas e estéticas para o filme. Mas, no meio da pesquisa, eu acabo me adiantando e criando boa parte do material.


4- Por quê cinema?


Uma arte que permite todas as intersecções possíveis: música, desenho, foto, encenação, tudo. Além de, hoje, estar em todos os lugares. É difícil ceder ao impulso de não fazer cinema.


5- Quais são as suas metas dentro do cinema?


Com algum conforto financeiro, criar e seguir mostrando e discutindo meu trabalho, conhecendo pessoas e brincando com a linguagem.


6- Como você vê o presente e o futuro do cinema brasileiro?


O presente é um caos, devido ao sucateamento dos últimos quatro anos de governo Bolsonaro, o que prejudica toda a cadeia do sistema audiovisual - da realização à distribuição. O futuro, acho que existe possibilidade de florescer inúmeras ideias brilhantes. Mas precisamos de novas políticas de regulamentação do audiovisual, desde as Leis de Incentivo até a questão dos streamings.


7- Quais as principais diferenças entre um cineasta amador e um profissional?


O profissional ganha dinheiro com isso! Só.


8- O que é cinema experimental para você?


O cinema que brinca com a própria linguagem, em sua infinidade de possibilidades. Da estética à narrativa, forma e conteúdo.


9- Quais os pontos fortes e fracos no atual cinema brasileiro? E o que seria possível fazer para melhorá- lo?


Olha, acho que o problema está na distribuição mesmo, e no financiamento dos mesmos tipos de projetos. Há milhares de cineastas querendo oportunidades pra experimentar, ou, que já fazem isso, mas não conseguem chances no circuito distribuidor. 

A produção experimental brasileira é muito rica, mas ela não chega no mainstream. Acho injusto que elas não tenham sobrevida após a rodagem em festivais.


10- É possível viver de cinema no Brasil?


É possível. Mas o que fazer pra chegar lá? Acho que estou tentando descobrir. 


11- Talento, esforço ou sorte? O que conta mais?


Contatos! Mas esforço e talento, aliados a uma boa rede de apoio e psicológico em dia pode ser um bom caminho para um início de carreira.

Sobre a sorte, ah... nunca se sabe, né?


12- Qual seu cineasta preferido? Por quê?


Nos últimos três anos tem sido o David Lynch, simplesmente porque ele fez Twin Peaks. É perfeito.


13- Quais os seus cinco filmes preferidos de todos os tempos?


Um homem com uma câmera (1929, dir. Dziga Vervot)

Cabra Marcado Para Morrer (1984, dir. Eduardo Coutinho)

Outer Space (1999, dir. Peter Tscherkassky)

Quero ser John Malkovich (2000, dir. Spike Jonze)

Alice nas Cidades (1974, dir. Wim Wenders)

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